Ache dele o que quiser. Apenas aceite-o.

  Schumacher agora divide o posto de maior vencedor da história com o Hamilton. Pelo menos até o próximo GP em Portugal. E ainda vai ser pouco, se tudo continuar como está nas próximas temporadas, vai ultrapassar tranquilamente as 120 vitórias. Além de Hamilton, Räikkönen também bateu outro recorde, se tornando no piloto que mais participou de GPs na história, o que deixou Barrichello não muito feliz, e também tivemos o primeiro pódio da Renault desde sua volta na era híbrida (esse sim me deixou surpreso).


  E preparem-se. 91 vitórias não vai ser nada perto do que Hamilton ainda irá conquistar na F1, mesmo já com avançados 35 anos. Há boatos que o futuro heptacampeão deve assinar um contrato de mais quatro anos com a Mercedes, e ele mesmo já disse ter gás para continuar na F1 até pelo menos 2024. Até lá, uma coisa ou outra deve mudar na categoria, mas se alguém será capaz de bater de frente com a Mercedes e com Hamilton será outra história, principalmente agora que a única que era capaz disso, a Honda, acabou com seu projeto na F1. Meu palpite? Se ele continuar ganhando tudo até lá, vai se aposentar somente quando conquistar o decacampeonato (o único que já conseguiu isso foi o grande América-MG).

Postura anti-racista do inglês deixou muita gente revoltada... Por que será?
  
  Curiosamente, a estreia de Hamilton no GP da Austrália de 2007 se dá justamente na corrida seguinte a aposentadoria do até então melhor do mundo Michael Schumacher, no GP do Brasil de 2006. Desde sua primeira largada, todos já sabiam que o britânico era um ponto fora da curva. Bateu na trave em 2007, quase jogou tudo no lixo de novo em 2008 e em 2009 capengou com o fraco MP4/24. O problema é que depois disso chegou um outro jovem, Sebastian Vettel, que conquistou quatro títulos em sequência e ofuscou o inglês por um tempo, fazendo todos pensarem que o mais jovem tetracampeão do mundo bateria todos os recordes do mundo e se tornaria o novo Schumacher. Aliás em 2010 e 2012, duas das melhores temporadas da F1 na minha opinião - tivemos o privilégio de ver na disputa pelo título Vettel de RBR, Alonso de Ferrari e Hamilton de McLaren. Quem viu viu, e quem não viu nunca verá novamente...
  
  
Pense o que seria da carreira de Hamilton se Ron Dennis tivesse aceitado deixar o inglês ficar com seus troféus para renovar o contrato.

  A mudança para a Mercedes em 2013 foi ousada, visto que a McLaren em 2012 tinha o melhor carro do grid (apesar de um tanto inconfiável) e Hamilton só não foi campeão naquele ano porque perdeu três corridas enquanto liderava devido a falhas mecânicas, além de se envolver em acidentes bobos como Grosjean em Spa, Maldonado em Valência e Hulkenberg no Brasil, não tendo culpa em nenhum deles. Foram mais de 120 pontos no lixo, que lhe teriam dado o campeonato. O inglês já estava insatisfeito na McLaren faz um tempo, a ponto de em 2011, depois de ter feito a pior temporada de sua carreira, ter ido pessoalmente ao motorhome da Red Bull pedir uma vaga na equipe taurina. O que mais o irritava era não poder ficar com seus troféus, já que Ron Dennis era aficionado por taças e exigia por contrato com todos os pilotos que corriam pelo seu time que todos os troféus conquistados pelos pilotos não ficariam com eles, e sim com a equipe. Hamilton impôs como condição decisiva para renovar seu contrato com a equipe de Woking essa questão dos troféus, e como Ron Dennis não abriu mão, rumou para as Flechas de Prata (que aceitou a exigência dos troféus). Pra quem duvida que esse foi o grande motivo para ida dele a Brackley, o link da matéria da época tá aqui.

  Nem eu, nem você, nem o fã mais otimista ou o melhor especialista de automobilista podiam imaginar o que estaria por vir nos próximos 8 anos. Nem o próprio Hamilton. A verdade é que, goste ou não dele, sim, ele é um dos melhores da história. ''Ah, mas com o melhor carro também é fácil''. O Jorge Jesus também não teria ganhado nada no ano passado se o Flamengo também não tivesse aquele elenco. Mas também se não fosse ele, o Flamengo dificilmente teria ganhado alguma coisa (grande Abel Braga). Ninguém faz milagre nesse mundo, o que há é projetos a longo prazo, que podem dar frutos, podem não dar. No caso de Hamilton deu certo. Quer continuar achando o Senna, o Schumacher, o Prost, o Piquet ou o grande Alan Jones o melhor da história? Beleza, isso é pessoal, eu mesmo não sei se já reconheço o Hamilton como o maior da história (ainda). Mas isso não quer dizer que ele não esteja para chegar lá, independente se você ache ele marketeiro, reclamão, militante ou o que quiser. Apenas - como diz o título - aceite-o. 
  
  

Comentários

  1. A Mercedes é uma equipe formada de técnicos, mecânicos e engenheiros ingleses com Sede na Inglaterra. Nos últimos nove anos nenhuma (nenhuma) equipe construiu um carro pelo menos igual ao da Mercedes. Nos últimos anos a Mercedes estava um passo a frente das outras equipes, esse ano dois passos. A equipe trabalha para Hamilton, Bottas recebe tratamento de segunda, um carro com ajuste inferior e táticas de treino e corrida pífias. Nico levou dois anos para quebrar esse lobby inglês dentro da Mercedes. Senna, Schumacherr, Prost, Mika, Piquet, Mansell precisaram brigar com seus adversários para serem campeões. Ser bi, tri,campeão era algo dificílimo. Andando praticamente sozinho nos últimos anos, com um carro excepcional, cheio de tecnologia (que as outras não alcançam), botões que alteram a performance do carro, fazer pole, vencer corridas e campeonato virou lugar comum para Lewis, foi só acelerar. Nunca houve disputa de verdade, corrida a corrida, onde uma hora o adversário vencia outra hora o inglês. Nunca houve. Foi um caminho tranquilo, exceto quando Nico rompeu o lobby com muito custo. Fora isso, foi mamão com açucar. Bottas é apenas o segundo piloto e não errariam com ele como erraram dando chance a Nico. Talvez agora, depois do título ganho a Mercedes permita a Bottas vencer, lhe entregando um carro melhor.

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