Ocon fora? - Análise do mercado para 2021



  O mercado tá quente... A imprensa dinamarquesa já crava que Dmitry Mazepin, pai de Nikita Mazepin, vai comprar a Haas, mandar embora a chefia e os dois pilotos e colocar Nikita e alguém da academia da Ferrari em seu lugar. Enquanto isso, Russell, que renovou seu contrato com a Williams para 2021 tem sua vaga ameaçada por Sérgio Pérez, que parece ter perdido aquela vaga que era dada como certa na Haas. A Alfa Romeo, que por um instante pareceu próxima de contratar Hulkenberg ao lado de Mick Schumacher para o ano que vem deve renovar com Raikkonen. Além disso, têm aqueles tradicionais boatos de uma demissão de Albon na RBR para a vinda de Hulkenberg, e agora, para completar tudo, parece que é a vez de Ocon ter sua vaga ameaçada por Pierre Gasly - peça já descartada por Helmut Marko no futuro da Red Bull - na futura Alpine. Ah, e Kvyat deve rodar para a promoção de Tsunoda, que por um momento pensei que suas chances na categoria principal tinham acabado com a saída da Honda da F1. Ufa, acho que é só isso.

  Se você já lia os posts deste blog há um tempo vai saber que Ocon era o piloto que eu mais pegava no pé nessa temporada. Contratado pela Renault com um empurrãozinho da Mercedes (e pela nacionalidade francesa), ficou um ano afastado das pistas, o que é muito tempo nos tempos atuais, e todos sabiam que levaria um tempo até se readaptar. Mas Esteban extrapolou. Foi superado por Ricciardo quase todas as vezes e constantemente caindo no Q2. Tá certo que o companheiro é casca grossa, mas Ocon também foi extremamente apagado. Enquanto isso, o também francês Pierre Gasly faz um ótimo trabalho na AlphaTauri (que, ok, caiu um pouco de rendimento após a vitória em Monza) e está fora dos planos de Helmut Marko. O que eu acho disso? Sinceramente, por mais que Ocon seja bem mais talentoso que Gasly na minha humilde opinião, a demora para se adaptar ao R.S.20 justifica a mudança. É como o darwinismo diz: o bonde não para, e quem demora demais para se adaptar roda. Mas vale lembrar que Esteban tem mais um ano de contrato com a esquadra francesa.
  Mas quem ficaria com a vaga de Gasly caso essa especulação se comprove? Possívelmente justificaria um rebaixamento de Albon a equipe-satélite para uma possível contratação de Hulkenberg ou Pérez. Não vejo espaço para Sette Câmara ou Kvyat. Está entre esses, além de Tsunoda, praticamente acertado para 2021. Eu ainda acho que tudo isso não passa de uma forma de Helmut Marko pressionar Albon por melhores resultados, não vejo a Red Bull contratando alguém fora do seu programa, muito menos alguém com mais de 30 anos, caso da Checo e Hulk, mas vai saber...


Depois de ficar próximo da Alfa Romeo, nem o próprio Hulk acredita no retorno em 2021.


  A parte debaixo me preocupa mais. Todos sabiam que uma hora Nikita Mazepin chegaria lá. Seu pai é dono da Uralchem/Uralkali. Apesar de fazer uma boa temporada na F2, Nikita não tem talento algum e só colheu resultados decepcionantes durante sua carreira. Aliás, tá na moda defender pilotos pagantes desse nível. Estão tão acostumados em ver filho de bilionário ruim que quando faz um trabalho que até um Liuzzi faria batem palmas e usam como argumento para mostrar como ele era perseguido por ser rico. Lance Stroll ganhou a F3, belê, mas todos sabem das artimanhas (algumas até ilegais) que lhe fizeram faturar o campeonato, como a suspensão ilegal desenvolvida pela Williams, o gelo seco antes das largadas - esses dois recursos tinham APENAS no carro dele - e dois companheiros que tinham por contrato a obrigação de lhe ceder a posição na corrida. Isso sem contar com Latifi, que precisou de SEIS anos na F2 para conseguir a superlicença. E preparem-se, vem mais por ai: Roy Nissany, Sean Gelael, Smolyar... Todos sabem que os pilotos pagantes fazem parte da história do automobilismo e essas artimanhas nas categorias de base são comuns. Mas a partir do momento em que um piloto talentoso fica de fora para ter em seu lugar um piloto pagante, o que anda acontecendo muito, aí já passa a ser um problema, como escrevi neste texto. 

  Grosjean já era certo que rodaria, mas não esperava pela demissão Magnussen. Eu até gosto da agressividade dele nas disputas, é disso que a F1 precisa. Nem o chefe Guenther Steiner deve escapar da demissão. Já na Alfa Romeo acho que até o Giovinazzi sabe que ele não fica para 21, e a vinda de Mick Schumacher é certa. Räikkönen, que há alguns meses atrás tinha a aposentadoria dada como certa deve continuar por mais um ano. Sinceramente, não via motivos nem para ele, nem para a Alfa Romeo em ampliar a parceria, mas tudo bem. Com estas vagas praticamente definidas, Hülkenberg e Pérez perdem a opção que parecia mais realista de continuar no grid e agora dependem de uma reviravolta na Red Bull ou na Williams.

Presença constante no fundo do grid, Räikkönen deve adiar aposentadoria.

  E ai que surge a possível demissão de Russell. Com a grana de Slim oferecida a Dorilton Capital, os novos donos da Williams estão pensando em usar a desculpa que o contrato com o Russell foi assinado pelos antigos donos, para rescindir com o inglês e trazer Pérez para seu lugar. Apesar de ter jogado no lixo chances claras de pontuar e eu ter o criticado bastante por isso, a partir do momento em que um piloto do talento do Russell ficar de fora do grid por causa da grana de Mazepin e Latifi migro para a Formula E. Já passou da hora de alguém fazer alguma coisa para conter isso. Como eu disse, os pilotos pagantes fazem parte, mas numa era em que temos apenas 20 carros, isso precisa ser mudado.
 
  No mais, é isso. Algumas mudanças seriam interessantes, outras nem tanto. Lembrando que tudo que eu falei aqui não passam de boatos levantados pela mídia (tirando a parte dos benefícios de Lance Stroll na Fórmula 3). Meus palpites? A Renault mantém Ocon, a AlphaTauri mantém Gasly e promove Tsunoda, a Alfa Romeo põe Mick no lugar de Giovinazzi, a Haas muda de dono, demite os dois pilotos e traz Ilott/Mazepin e a Williams mantém sua dupla. Mas vamos esperar...
  

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